13 de setembro de 2016

Cada um no seu quadrado?

Diversidade de gênero, de raça, de crença, de ideologia e das mais variadas formas de expressão do ser. Vivemos em um mundo tão diverso e ao mesmo tempo tão fechado para determinados assuntos, que não estão em conformidade com os nossos próprios pensamentos, acabamos nos aprisionando no nosso ego, construímos cadeias ao invés de construirmos pontes. Dessa forma acabamos por nos distanciar também da humanidade das coisas, o que faz de nós singulares, ditos pensantes. Mas será mesmo que pensamos? 

Este é um questionamento a ser feito diariamente, pois determinadas atitudes racistas, xenofóbicas, homofóbicas e oriundas destas terminologias separatistas, põem em xeque este dito pensamento que somos privilegiados em ter, segundo a ciência. John Lennon, numa de suas músicas, pede para imaginarmos um mundo de paz, sem conflitos, sem guerras. Muito destes pensamentos de conflitos são ocasionados por aquilo que nos afasta, por não respeitarmos as diferenças, por querermos colocar nossas concepções no centro, usando do etnocentrismo. É necessário ficarmos atentos para as nossas igualdades, nossa vontade de crescimento e de melhora do mundo, que esqueçamos ou, pelo menos, respeitemos aquilo que nos afasta. Só com este exercício de vida aprenderíamos a conviver uns com os outros, traçando pontes para uma sociedade cada vez melhor e mais igualitária. Cada um no seu quadrado? Não é bem assim, é necessário juntarmos os quadrados, por mais diversos que sejam, para alcançarmos o topo, onde não existe dor e sofrimento, apenas paz.
Por: Meu Passarinho Azul 

Cada Detalhe

Um mês se passou desde o primeiro toque, mas cada célula do meu corpo anseia por ti. Você não chegou para preencher vazios existentes ou para ser minha metade, você sempre foi meu por inteiro, entregou-se de corpo e alma, deixou-me entregar e então me apaixonei.
Um encontro inesperado entre cerca de duas mil pessoas aconteceu, e com uma história digna do “Era uma vez…”, te digo que és a poesia mais bonita que escolhi escrever, trouxe alegria para uma vida tão morna e sem sentimentos, trouxe sorrisos para um coração cheio de mágoas e decepções, trouxe o tão sonhado amor de forma tão mais bela e pura, ao mesmo tempo mexendo com os meus instintos mais selvagens e paixões mais secretas. 
Estar com você é como um sonho, mas por favor não me acorde quando raiar o sol! Preciso fazer dos teus lábios o refúgio de minh'alma. Preciso fazer do teu colo a minha fonte de desejos. Preciso de você a qualquer e a todo momento, para ser o meu amor, o meu José, o meu amado. 

Insisto em dizer que foi minha a sorte de ter lhe encontrado, porém deixo pro final a verdadeira razão: foi Deus. Ele nos uniu e hoje sei, ninguém jamais irá separar. Então só casa comigo no domingo de manhã, vem ser meu para sempre e me deixa desfrutar os prazeres de como é maravilhoso amar cada detalhe em você.
Por: Geisa Bomfim

9 de setembro de 2016

Amor de Ninho

No domingo de manhã, ouvi o canto de um passarinho, 
Feliz e agitado, comemorava no seu novo ninho, 
Sorri e disse pra ele: "Meu bem, essa alegria inteira é por ter um lar?"
Ele respondeu de volta: "É por fazer do canto dela o meu par."

Encantada, questionei a origem dessa bonita canção, 
"Uma sexta feira de julho, o olhar dela cruzou o meu,
Depois de um toque, o sentimento floresceu, 
Não hesitei a fazê-la minha noiva e pedir-lhe a sua mão."

Após duas meias palavras, chegava a princesa daquele rapaz,   
Tão bela e sorridente, no seu canto a nova paixão exalava. 
Perguntei-lhe como ele fisgou seu coração de forma tão sagaz, 
"Não sei, mas estranho seria se eu não estivesse apaixonada."

Com um carinho imenso deixava-os sozinhos,
Pensando em tantos amores que cruzam os nossos caminhos.
Não é sempre que se encontra o querido passarinho, 
Que te completa e faz de ti um berço de carinho.
Mas se o amor ousar bater na sua porta, ansiando para entrar,
Não tenha medo e abra, sinta a doçura de poder amar! 
Não é sempre que se encontra um porto seguro em outro alguém, 
Por isso vá em frente, ame e confie, faça-o seu e de mais ninguém.

Por: Geisa Bomfim

4 de setembro de 2016

Carta de um Padre aos seus Coroinhas

Meu filho, antes de entrarmos nos pormenores, eu quero que você saiba o porquê de termos acólitos. Pense um pouco… Será que eu preciso de você para trazer o pão, a água, o vinho para o altar? Não. Eu poderia fazer isso eu mesmo. Será que eu preciso de você para trazer os vasos sagrados para o altar? Não. Eles poderiam já estar perto de mim, sabia? Será que eu preciso de você para levar as velas, a cruz, segurar o Missal? Quer que eu seja sincero? Não… Não preciso de você para tocar o sino, lavar minhas mãos, acompanhar-me na comunhão… Eu poderia fazer isso tudo sem você.

Pode ser que, para você, não seja nada agradável ouvir isso. Pode ser que você dedique muito tempo para esse serviço, estude e se esforce para bem cumpri-lo, e agora o padre lhe diz que não precisa de você?! São palavras difíceis. Mas deixe-me lhe explicar.

Você não foi chamado por Deus para ser útil. Você foi chamado para me ajudar a conduzir o ato mais importante da Terra: A adoração a Deus. Se você conseguir compreender isso, todo o resto que precisa entender virá naturalmente. Você veja, todos nós trabalhamos juntos para levar o povo de Deus à adoração a Deus – não sou apenas eu, você também é responsável. Entenda isso, e você perceberá que todas as outras coisas que você faz são secundárias. Eu confio em você para algo muito maior, mais nobre, mais bonito e verdadeiro.

Nossa adoração na Terra reflete a Adoração Eterna no Céu. O que fazemos aqui, no Santo Sacrifício da Missa, é uma espécie de eco do que se passa no Céu. Lá, o Cordeiro de Deus é oferecido em um único sacrifício atemporal e eterno. Lá, os santos e os anjos adoram ao redor do Trono do Cordeiro. Lá, não há sol, lua ou estrelas, pois o próprio Cordeiro é a Luz. O altar que você vê aqui é um reflexo do altar que existe lá. O sacerdote é um reflexo de Cristo, sumo sacerdote, e quem é você?

Você, coroinha, representa e reflete na Terra todo o exército celestial.
Isso mesmo, você representa e reflete todos os santos e todos os anjos. E não há mais ninguém que possa fazer isso, além de você. Pense um pouco nisso. Não são meras palavras. Pense na honra e na responsabilidade que isso envolve.

Uma vez que você representa o exército celestial de santos e anjos, eu quero que você se comporte como tal. Claro, eu sei que você não é ainda um santo. Você briga com os seus irmãos. Alguns de vocês são provocadores e outros são covardes. Você mente, sente preguiça, fica com raiva, tem maus pensamentos e talvez más ações. Você desobedece seus pais e, às vezes, é egoísta e cruel. No entanto, você tem um papel a desempenhar na Divina Liturgia, porque apesar de tudo isso, você é chamado para refletir algo muito maior. Você é chamado a refletir a santidade de todos os que estão no Céu, apesar de todas estas inclinações negativas. E se, ouvindo isso, você é golpeado com um sentimento de temor pelo que eu estou pedindo de você, pense como eu, sacerdote, me sinto, porque eu sou um pecador como você, e eu sou chamado a algo ainda maior: Ser o próprio Cristo para as pessoas.

Você é chamado ao que milhares de Santos suspiraram ter a vida inteira. Você, mais do que nenhum outro leigo, é chamado a ser imitador de Cristo. Você, ao estar mais perto do altar que todos os demais, também é o que recebe mais graças de todos.

Já que você já sabe a verdade, eis o que vamos fazer. Em primeiro lugar, quando você entrar na igreja, você vai imediatamente colocar sua batina. Ela é sua roupa de trabalho. Servir no templo do Senhor é ser como o menino Samuel que serviu no templo de Deus com simplicidade e bondade. Quando você se move na casa de Deus, faça-o com uma solenidade simples. Não carrancudo e falso piedoso, mas também não sendo um bobo infantil. Basta fazer o que deve fazer – lembrando que você está na casa de Deus, um lugar sério para um negócio sério. Quando você arrumar a credência, acender as velas, organizar os livros e se preparar para a Missa, lembre-se que as pessoas nos bancos estão observando você. Sua reverência, zelo e amor pelo que faz será notada e fará com que todo o povo adore a Deus de modo muito melhor. Então, antes da missa começar, volte para a sacristia. Vamos fazer tudo o que falta fazer, rezar e esperar que a Divina Liturgia comece.

Quando você estiver na Procissão de Entrada, lembre-se que você está guiando todo o povo à presença de Deus. A nossa pequena procissão remonta à procissão de David e os sacerdotes para dentro da cidade sagrada de Sião, ou ainda, a procissão de Nosso Senhor entrando em Jerusalém. A cruz estará erguida, e você vai andar com uma postura solene e imponente, como um verdadeiro soldado, por que você está levando todos nós à presença do Rei dos reis e Senhor dos senhores. Reflita sempre para onde você está indo naquele momento, e vá comigo para lá, com a graça de uma criança e a dignidade de um príncipe. Aonde você vai, vamos atrás.

Você é chamado a uma Cruzada. Uma cruzada de ufania por Nosso Senhor. O que significa ufania? É um sentimento, um estado de alma pelo qual a pessoa tem uma fé que não duvida de nada, um orgulho santo de servir a Deus. O Cruzado, quando ia para a Guerra, partia cheio de ufania. Ufania de ser servo de Nosso Senhor. Ufania, portanto, não é um sentimento de posse ou orgulho, mas um sentimento de profunda humildade, de se reconhecer servo.

Você, meu filho, está na Igreja Militante, uma Igreja que lutará até a consumação dos séculos, porque Ela foi posta para lutar contra o mal. Não se sinta, jamais, sozinho. Sinta esta ufania de ser filho da Igreja, de poder dizer que mesmo se todos os homens na Terra abandonassem a fé, você jamais abandonaria, e teria ao seu lado uma multidão incontável de todos os santos que vieram antes de você, e que você representa na hora da Missa. Você permanecerá firme e, na sua luta contra o mundo, dirá como antigamente os cruzados: Deus vult! Deus o quer!

Você, meu filho, é chamado a representar os santos e os anjos. É chamado a representar e defender a Santa Igreja, numa época em que se fala do progresso como contrário a Ela. Você, pelo seu portar, pelo seu falar, pelo seu agir, terá o desafio constante de enfrentar a luta. Uma luta que seguirá por toda a sua vida. A questão essencial da nossa vida é salvar a nossa alma para a eternidade. Que seja essa a nossa principal proposta e a maior preocupação de nossas vidas.

Enquanto isso, o mundo vai perdendo a fé e a confiança em si mesmo, e olhará para a segurança que você tem, olhará para a sua fé e começará a ouvir cada vez mais a voz que lhe guia, a voz da Roma Católica, guardiã da Fé Católica, a voz da Roma Eterna, mãe e mestra da sabedoria e da verdade. E assim, algo matura, algo se transforma, algo germina. Você é a semente da primavera que germina embaixo do rigoroso inverno do nosso tempo.

Quando você se sentar no presbitério, lembre-se que as ações falam mais alto que palavras. Você pode não ter muitas tarefas para fazer, mas mesmo que não faça nada, você está servindo a nosso Senhor. Simplesmente por sua presença, sua reverência, seu zelo e piedade, você vai ajudar a liderar a adoração e encorajar aqueles que você vê. Quando você tem uma tarefa para fazer, faça com simplicidade e confiança, como convém a um servo do rei. Lembre-se: Se você é desleixado e casual em sua atitude e postura, todos vão perceber isto, e você será o responsável por distrair as pessoas, tirando a atenção delas de Cristo para você, e a Missa não é sobre você é sobre Cristo.

Lembre-se de que o que fazemos na Missa é a coisa mais importante da sua vida. Todo o resto vem depois disso. “Buscai primeiro o Reino de Deus, e todo o resto vos será acrescentado”. Na missa, você vê que a beleza, a verdade e amor são três tesouros insuperáveis, e são três coisas que você não pode comprar. E o que você faz também não se pode comprar. Você não recebe pagamento algum, mas recebe uma recompensa que dinheiro nenhum pode comprar: a recompensa de saber que seu coração é reto diante de Deus, e que você passou uma hora no limiar do Céu.


Eu lhe digo, enfim: Ufania e Coragem! Vá, que Nossa Senhora sempre lhe acompanhe. Deus vult! Deus o quer! Ufania pela Igreja! Ufania por Nossa Senhora! Ufania por Cristo!!!


Texto baseado no post “What I tell my altar servers”, do padre Longenecker.

Foto: Geisa Bomfim

1 de setembro de 2016

Distância < Amizade

Ainda não me acostumei com essa saudade tão constante, e depois de meses vivenciando-a todos os dias, venho deixar meus abraços soltos em palavras que não serão lidas mas são sentidas em cada pedacinho do meu peito. Preciso dizer para o mundo que cada dia é longo demais quando não está aqui. Que a presença da sua amizade sempre foi minha fortaleza, seus conselhos refazem a minha estrutura, me orientando incessantemente como só você faz. 

A distância cala minha voz, aumenta o vazio, o silêncio e a falta de alegria. Porém foi a distância que me fez perceber o anjo presente no meu cotidiano, foi a distância que me fez valorizar cada segundo em tua companhia, foi a distância que me fez valorizar o carinhoso, humilde e fiel Pai espiritual que possuo. 
Diria mil vezes: Obrigada! Obrigada por não ter deixado os quilômetros que nos separam afetar a bela amizade construída e alicerçada na fé. Obrigada pelo carinho manifestado cada dia com mais força e intensidade. Obrigada, sobretudo, por ser você e por compartilhar comigo este amor tão puro e simples, este amor de amigo, de pastor, de Pai.
Por: Geisa Bomfim 

Vida (...)

Após longos meses sem abrir o bloco de notas ou o word em branco para organizar palavras sem sentido e fazê-las transmitir parte do interior escondido entre camadas de proteção, aqui estou mais uma vez. 
Muitas coisas aconteceram desde o primeiro mês do ano. A maioria delas não me causou felicidade ou inspiração para escrever. Pelo contrário... Substituí as palavras por lágrimas, por músicas tristes em noites de terças e quintas. Aos domingos o sorriso parecia voltar a aparecer através de um abraço apertado do qual, se pudesse, teria escolhido não sair nunca. Porém meu coração o bloqueava nas segundas feiras, me presenteando com mais uma semana triste e aparentemente interminável.

Depois de oito meses, volto para essa Central de Confusões para dizer que amadureci, forçadamente. Aprendi o valor da proximidade e a dor da distância. Cresci por escolha própria, e mesmo perdendo parte daquela inocência brilhante, a vida precisou dela e me devolveu como força e fé! Se fé não tivesse, talvez aqui não estaria. Se a fé não fosse meu ponto de paz e equilíbrio, meu coração teria se tornado cinzas incapazes de reacender. E talvez, por a fé ter dominado a única parte feliz em mim, Deus iluminou e guiou meus passos, até a vida sorrir outra vez e me oferecer alguém para chamar de...
Vida.
Por: Geisa Bomfim