21 de novembro de 2015

Nêga

O racismo me calou durante anos,
Limitou todos os meus planos,
Não deixou ver minha beleza,
Não me permitiu ser médica ou doutora,
Modelo ou professora,
Só por ter a pele negra.

Toda essa dor me trouxe resistência,
Serviu de experiência para chegar onde estou.
Pela Lei, somos todos iguais,
Calei a boca daquele velho ditador.

É que eu nasci com cabelo cacheado
Uns preferem alisado
Mas eu gosto assim
Não me incomodo que me chamem de nêga
Porque a minha pele é preta
Eu não tenho vergonha de mim

Sentimos orgulho quando ganhamos algo,
Quando somos graduados, conquistamos uma mulher.
Eu sinto orgulho da minha fé, da minha vida,
De ser uma fera ferida que ainda está de pé.

Você tem dentro de você a força pra mudar o mundo,
Não permita que te digam o que fazer.
Seus sonhos é o que tem de mais profundo,
Lute pela sua alma, sua cor, pelo seu ser.

Apesar de todo esse preconceito,
Não troco o meu reggae ou a minha religião,
Busco para minha vida o que mereço,
E o que vem é de verdade, vem do coração.

Por: Geisa Bomfim

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