10 de fevereiro de 2015

Um Só Minuto

Se não fosse meus olhos acompanhados de olheiras por dormir as 2h00 ou 4h00 escrevendo um texto inútil ou lendo mais uma poesia, um verso atoa. Se não fosse meu sorriso torto de quem já sorriu e chorou para a vida, chorou de soluçar, se desesperar, pensar em desistir quando ainda nem existia, quando nem sabia quantas dores estariam por vir. Se não fossem meus cds empoeirados com todas as minhas velhas músicas que serão sempre novas melodias doces para meus ouvidos. Se não fossem meus ídolos velhos, meus ídolos mortos e minha admiração e respeito por cada um deles e por todos os outros. Se não fosse meu cabelo desarrumado em tons claros que variam do castanho ao loiro acinzentado. Se não fosse meu lápis de olho e meu batom vermelho, vermelho para amar e matar, para ser o 8 e o 80, vermelho de quem seduz sem ter técnicas e sem querer nada disso, vermelho que é a cor mais quente e mata mais que uma pistola. Se não fossem minhas palavras, rodeadas de sentimentos, dores, amores, prazeres, meus textos cercados por doses de bebidas ingeridas de um gole só em uma noite de quinta feira, meus parágrafos errados e minha escrita nada sofisticada. Se não fosse meu papo de menina carente que ganha rápido o tom de uma conversa divertida e sem porquê, quando na realidade tem razão e intenção. Se não fosse tantos problemas de fábrica e de crescimento, tantos tombos mal levados, tantos tropeços bem tomados e ao mesmo tempo tantas vitórias justas, tantas medalhas escondidas em um olhar, tantos sorrisos de quem perdeu a chance e ganhou a vida, o desejo da volta por cima, se não fosse por todos os meus problemas e acertos, minhas qualidades e defeitos não seria eu. E ninguém iria querer ser tão incorretamente certa, perfeitamente imperfeita, ligeiramente calma, ninguém iria querer ser tão eu, tão sua.
 Por: Geisa Bomfim
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