16 de agosto de 2014

Conjugando



Um dia desses nos reencontramos naquela mesma estação de trem de uns 1 ou 2 anos atrás. Não faz muito tempo, alguns aspectos mudaram aqui e ali, algumas coisas incrivelmente continuam sempre as mesmas.
Tivemos aquela longa conversa de final de tarde, onde cada um contava seu ponto de vista a respeito de qualquer que seja o assunto, e então toda a conversa é esquecida ao falarem um do outro no mesmo tom de voz, na mesma frequência.
É admirável como adoramos conjugar o verbo e a vida na primeira pessoa do plural, a vida a dois realmente é um sonho decifrado. Como todas as outras conversas, isso ocorreu em todos os mais diversos verbos, conjugados em um pretérito perfeito. Conjugado onde deve estar, onde todas as dores e amores tornam-se uma vaga lembrança de verão. Sim, ela é bonita, é linda, mas ficou no passado, não é saudável trazê-la. Porque não deixar todas as lembranças quietas? Porque reviver algo que machucou tanto?
Perdemos aquele encaixe, aquela rima metricamente perfeita, perdemos o encanto existente, tudo que restou foram memórias de um verão distante, de um amor pequeno, de um verbo no seu infinito bem perto, aqui dentro.
 Por: Geisa Bomfim
Beijinhos, Garota do Blog ♥

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