Eu tinha dois aninhos de idade, estava comemorando a festa de
aniversario de 25 anos dela. O sorriso estampada em seu rosto era contagiante,
trocando beijos com o papai a cada trinta segundos e me dando beijinhos na
testa. Camille, minha mãe, eu vivi tão pouco contigo mãe, eu mal lembro do teu
rosto, e você era tão linda.
O sonho mudou, estou em um local estranho, completamente azul clarinho
de todos os lados, cheiro de neve, sinto que estou no céu. Vejo o espírito da
minha mãe, não que eu acredite ou deixe de acreditar, mas eu a vi é fato, ela
sorri da mesma forma, radiante, brilhante, ela irradia liberdade, doçura. Mais
velha, os cabelos castanhos claros com leves ondas iguaizinhos aos meus só que
bem mais longos, então vejo que ela esta de mãos dadas com alguém, e não
consigo acreditar no que vejo, esse alguém é o meu pai! Não, eu não posso
acreditar. Eles sussurram: Cuide-se Anne,
estamos com você.
Acordo chorando e gritando, estou deitada na cama do covil, Michael veio
correndo ver o que aconteceu.
- Anelise, Anelise, acorda! O que foi?
- Meu pai morreu, a única pessoa que tinha no mundo esta morta, morta, e
nem para o enterro dele vou poder ir, porque eu estou nessa droga de lugar! Ele
reencontrou minha mãe, talvez seja realmente o melhor caminho, acho que deveria
morrer também, ninguém se importaria mesmo, eu ficaria muito melhor do que
nesse lugar detestável! - Grito, desesperada, num fôlego só.
Michael me abraça, atitude estranha, mas eu comecei a chorar ainda mais.
- Porque você esta fazendo isso? Eu mal o conheço.
- Não importa - Ele fala, largando-me do seu abraço - Estamos juntos
agora, somos uma família.
Antes de ele me abraçar novamente, um som forte vem da sala de onde
estava e esta chegando mais perto, até que Flavius aparece e deixa um - o que
imagino ser - anjo demoníaco, provavelmente para nos matar. Ele avança, Michael
levanta e tenta vencê-lo por forca física, golpeando-o no queixo, nos braços,
na barriga, é quando vejo que ele esta sem forcas e me chamando para ajuda-lo.
Avisto um espelho, como sempre fui boa com vidros, não penso em nada, dou um
murro no espelho que perfura toda minha mão de cacos de vidro, pego o maior
deles e enfio na barriga do anjo, ele da uma mexida para trás enquanto enfio o pedaço
do espelho no pescoço e em seguida na virilha do anjo, ele cai, contorcendo-se,
minha mão sangra completamente, meu braço começa a sentir as dores, estou
ficando tonta, mas continuo esfaqueando o anjo, até que ele desaba, sem
qualquer indicio de vida. Vidro, minha arma favorita.
Percebo que Liana tinha chegado e os dois me olham atônitos. Liana corre
para perto de mim e tenta estancar o sangue da minha mão, faz alguma coisa, que
parece adiantar, fico zonza, me sento na cama tentando raciocinar o que acabei
de fazer. Eu matei um homem, ou um anjo, que seja, mas eu tirei uma vida, de
uma forma tão simples que qualquer pessoa diria que já treinei isso antes.
- Eu não sei como fiz isso - balbucio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário