29 de novembro de 2013

Feitos de Fogo e Vidro - Cap 3



Eu tinha dois aninhos de idade, estava comemorando a festa de aniversario de 25 anos dela. O sorriso estampada em seu rosto era contagiante, trocando beijos com o papai a cada trinta segundos e me dando beijinhos na testa. Camille, minha mãe, eu vivi tão pouco contigo mãe, eu mal lembro do teu rosto, e você era tão linda.
O sonho mudou, estou em um local estranho, completamente azul clarinho de todos os lados, cheiro de neve, sinto que estou no céu. Vejo o espírito da minha mãe, não que eu acredite ou deixe de acreditar, mas eu a vi é fato, ela sorri da mesma forma, radiante, brilhante, ela irradia liberdade, doçura. Mais velha, os cabelos castanhos claros com leves ondas iguaizinhos aos meus só que bem mais longos, então vejo que ela esta de mãos dadas com alguém, e não consigo acreditar no que vejo, esse alguém é o meu pai! Não, eu não posso acreditar. Eles sussurram: Cuide-se Anne, estamos com você.
Acordo chorando e gritando, estou deitada na cama do covil, Michael veio correndo ver o que aconteceu.
- Anelise, Anelise, acorda! O que foi?
- Meu pai morreu, a única pessoa que tinha no mundo esta morta, morta, e nem para o enterro dele vou poder ir, porque eu estou nessa droga de lugar! Ele reencontrou minha mãe, talvez seja realmente o melhor caminho, acho que deveria morrer também, ninguém se importaria mesmo, eu ficaria muito melhor do que nesse lugar detestável! - Grito, desesperada, num fôlego só.
Michael me abraça, atitude estranha, mas eu comecei a chorar ainda mais. - Porque você esta fazendo isso? Eu mal o conheço.
- Não importa - Ele fala, largando-me do seu abraço - Estamos juntos agora, somos uma família.
Antes de ele me abraçar novamente, um som forte vem da sala de onde estava e esta chegando mais perto, até que Flavius aparece e deixa um - o que imagino ser - anjo demoníaco, provavelmente para nos matar. Ele avança, Michael levanta e tenta vencê-lo por forca física, golpeando-o no queixo, nos braços, na barriga, é quando vejo que ele esta sem forcas e me chamando para ajuda-lo. Avisto um espelho, como sempre fui boa com vidros, não penso em nada, dou um murro no espelho que perfura toda minha mão de cacos de vidro, pego o maior deles e enfio na barriga do anjo, ele da uma mexida para trás enquanto enfio o pedaço do espelho no pescoço e em seguida na virilha do anjo, ele cai, contorcendo-se, minha mão sangra completamente, meu braço começa a sentir as dores, estou ficando tonta, mas continuo esfaqueando o anjo, até que ele desaba, sem qualquer indicio de vida. Vidro, minha arma favorita.
Percebo que Liana tinha chegado e os dois me olham atônitos. Liana corre para perto de mim e tenta estancar o sangue da minha mão, faz alguma coisa, que parece adiantar, fico zonza, me sento na cama tentando raciocinar o que acabei de fazer. Eu matei um homem, ou um anjo, que seja, mas eu tirei uma vida, de uma forma tão simples que qualquer pessoa diria que já treinei isso antes.
- Eu não sei como fiz isso - balbucio.

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