29 de novembro de 2013

Feitos de Fogo e Vidro - Cap 6



Já é manha, o sol sorriu pra mim hoje. Murmuro em resposta: - Eu também te amo pai, cuida da mamãe pra mim.

Acordo com ideias, com planos porque não aguento mais ficar aqui, tem que haver um jeito de detê-los. Liana não fica sabendo dos beijos de ontem à noite, ela tem 16 anos, pode ter percebido algo diferente, mas não comentou.
 - Então Anne, Mica, andei rondando a cidade ontem a noite. Ela tem uma estrutura pequena, parece mais um bairro, seria relativamente fácil detonar isso aqui. - Liana inicia a reunião, se é que posso dizer assim. - Nos primeiros dias que fiquei aqui, andei rondando o Centro de Treinamento. Possui um formato quase quadrangular e não parece ter muitas divisões. É muito pequeno por fora, dois andares, o piso é meio oco, acho que deveríamos investir nisso.
- Podemos começar da forma mais bombástica possível, ir direto ao ponto. - digo.
- Não vá com muita sede ao pote, precisamos saber se tem mais humanos por aqui. - Michael fala.
- Precisamos saber quantos Dromis tem aqui, saber relativamente como vamos nos dividir. E o pior, temos o Flavius. Anne, Mica, isso vai ser difícil. - Liana tem razão, mas o que fazer?
- Eu posso atrair o Flavius até mim, ele tem uma queda por mim, não acho que me mataria tão fácil.
- E? - Michael pergunta. Contei meu plano louco a eles, eu vou correr mais perigo do que nunca, mas eu vou tentar.

- Flavius, Flavius, me ajuda, por favor! - grito na rua, bem próxima do Centro de Produção, na rua que fica a esquerda de lá. Estou completamente ensanguentada, minhas roupas rasgadas, e continuo gritando o nome de Flavius. Ele surge das sombras, seu braço esta enfaixado, mas continua com a mesma aparência juvenil de um herói.
- Pequena Anelise, você acha que vai me enganar com esses joguinhos? - Ele diz, acompanhado de uma risada estranha. - Onde estão eles, seus amiguinhos humanos?
- Eu não sei Flavius, eu não sei. Eles querem destruir você, eu me recusei e olha o que fizeram comigo! - Ele me ronda, levantando-me do asfalto molhado de sangue ao meu redor, ele percebe que é sangue de verdade.
- Oh meu Deus, alguém perdeu seus aliados. Mas porque você se recusou Anne? - Se eu não tivesse treinado muito, estaria de perna bamba agora.
- Porque vocês são muitos, eu nunca conseguiria destruir todos, mas talvez eu pudesse ficar aqui, se você me quisesse - sussurro, aproximando minhas mãos dos seus braços musculosos.
- Não, não somos tanto assim. Temos uns trinta no Maximo, mas cinco já voltaram a nosso território natal por medo de continuar aqui. Covardes.
- Território Natal?
- Sim, vivemos uma vida normal lá em São Francisco, decidi reunir uns amigos e formar uma vila Dromi por aqui.
- Sempre as melhores ideias - Digo, jogando-me nos braços deles e deixando que ele beije meu pescoço. Ele me causa nojo e repulsa, mas controlo minhas emoções para não fazer nenhuma besteira. - O que foi isso no seu braço? - Pergunto na voz mais carinhosa possível.
- Os Dromis, estão tentando ir para São Francisco, não posso deixar que façam isso agora. Mas estão prestes a irem, estamos fracos aqui e não consigo impedir isso. - rancor se mistura com raiva na voz dele, seria o momento perfeito para mata-lo, mas não faço isso.
- Eles são uns idiotas, não se preocupe, você é mais forte que todos eles juntos. - sussurro no ouvido dele - E mais bonito também. - Não que eu precisasse fazer isso, mas fiz, preciso ganhar a confiança dele. Ele me beija, Michael nunca vai me perdoar por isso, mas ele me beija por longos minutos, é devorador, quente e malicioso.
- Tenho que ir agora pequena, as coisas não estão fáceis. Mandarei uns amigos meus para aqueles humanos sem graça. - Ele desaparece num piscar de olhos, espero 10 minutos até olhar na direção de Michael, que me olha perplexo na arvore, eu os deixei serem alvos, mas foi para buscar informação, e mesmo eles sendo os alvos, vou disparar a flecha sempre primeiro, eu não vou deixar a Lili nem o Mica morrerem, somos uma família.

Entramos em uma casa da rua do lado esquerdo, maior que a outra, tem mais vidros, mais lugares que podemos nos esconder.
- Michael não seja equivocado, tudo que ela fez foi excelente e necessário. - Liana se pronuncia.
Ele corre até mim e me abraça, começamos a chorar, os dois, entramos em nosso momento outra vez, nosso beijo sela a promessa de que aquilo anteriormente foi só uma atuação e é ele que eu quero.
- Eu entendo, agora temos que nos concentrar em matar 25 dromis, e alguns deles estão chegando. - Mica fala. - Peguem as pistolas e talvez aquele spray de pimenta também ajude.
- Querem que eu corte alguns vidros? - pergunto.
- Muito arriscado, você fica com uma pistola e Michael com outra, eu sou boa com facas, é só me preparar. - Liana fala.

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