Minha Carência

Eu estou mesmo bem assim? Eu insisto em dizer que sim para parecer forte, mas parece tão errado mentir para mim mesma, eu tento tanto não fazer isso, mas é o que estou fazendo. São tantos "se's". Mas se eu não mentisse? Se eu saísse por ai explodindo meus sentimentos a toa, alguém daria importância? Alguém pararia por um segundo para ouvir o que tenho a dizer? E se parassem, eu contaria? Não, definitivamente não, eu estou me sentindo sozinha, mas não vou sair por ai abraçando todos, chorando um pouco no ombro de cada um. Eu quero sim um colo, e eu tenho um nome sim, mas ele não parece ouvir esse chamado de carinho, ninguém parece saber que eu preciso de carinho, que eu também preciso de um abraço, que eu também preciso ouvir um "eu te amo".
Eu continuo firme, eu continuo aguentando o quanto posso, mas é muito pesado e eu só tenho duas mãos, eu não quero chorar, eu não quero me derrubar em lagrimas porque isso só será ruim pra mim, eu não posso me derrubar, eu tenho que agradecer por não ter quem queira fazer isso por mim, qualquer palavra agora me faria cair, mas eu continuo de pé por mim, para mim, pedindo para que o tempo passe rápido, pedindo que essa carência acabe, que essa nostalgia me deixe, mas ela já se apegou a mim, ela já é minha, minha carência, minha sede de abraço apertado, minha sede de cheirinho de morango, de voz rouca, de perfume forte, eu tenho saudade, eu tenho vontade. E não vai acabar tão cedo, leva tempo, leva tudo que te pertencer.

 Por: Geisa Bomfim

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